Isso não ameniza a eventual falta que sentimos do acento, porque enxergamos com clareza lá dentro as palavras rolé, café, bebê, vovó e chapéu. Aliás, os brasileiros amam o acento em oxítonas terminadas em vogal. Se notarem bem, muita gente escreve omitindo acentos, mas quase nunca abrem mão deles em palavras como café e vatapá. É até comum ver as grafias errôneas como *angú.
O mesmo tratamento respeitoso é dado ao acento nos monossílabos tônicos terminados em vogal (vide o famoso *cú). Conclui-se que os acentos chamam mais atenção quando estão em fim de palavra e por isso as pessoas sentem mais a falta deles.
Talvez tenha sido para mimar essa nossa sensibilidade que as ortografias antigas tenham escolhido grafar rolèzinho, sòzinho, sòmente, anèizinhos, vintènzinho,. Notem que o acento aponta para o outro lado: é o acento grave, escolhido para ser usado nas vogais abertas não tônicas. É que, se fosse *cafézinho, a pronúncia deveria ser caFÉzinho e não cafèZInho. Já o acento circunflexo ficou sem alternativa para as vogais fechadas, e tiveram que escrever bebêzinho mesmo.
Só que, em 1971, a Academia Brasileira de Letras decidiu que esses acentos eram uma complicação desnecessária e mandou eliminá-los. Portugal imitou em 1973. Desde então, escrevemos cafezinho, sozinho etc. Melhor assim, porque existem pessoas no Brasil que pronunciam sozinho com o primeiro O fechado (sôZInho). É como se tivessem se esquecido de que a palavra é derivada de só.
Depois de tanto pesquisar, este eu gostei! Simples, direto...! Parabéns
ResponderExcluirMuito bom, parabéns!! :)
ResponderExcluirExplicação elucidativa.
ResponderExcluirParabéns
Explicação elucidativa. Gostei
ResponderExcluirParabéns
Muito bom! Ótimo texto!
ResponderExcluir